TRATAMENTOS

Incontinência Urinária e Bexiga Hiperativa

O que é:

Incontinência urinária pode ser considerada como um sintoma de que existe algum problema com o funcionamento do trato urinário inferior. Por isso, é importante relatar esta situação para seu médico. Uma avaliação mais completa poderá determinar a causa da incontinência.

Suscetibilidade:

Um estudo na população norte-americana estimou que 12 milhões de pessoas naquele país sofrem de incontinência urinária. Incontinência pode afetar pessoas de todas as idades, ambos os sexos, em todos os níveis sociais e econômicos. Estima-se que entre 15% a 30% das pessoas acima de 60 anos que vivem em ambiente domiciliar apresentem algum grau de incontinência. Mulheres têm probabilidade 2 vezes maior que os homens de apresentar esta condição.

O número exato de pessoas afetadas pode ser muito maior do que as estimativas atuais, pois acredita-se que grande parte das pessoas afetadas não procuram ajuda por vergonha ou por acharem que o problema é conseqüência normal do envelhecimento e não existe tratamento. É importante ressaltar que INCONTINÊNCIA URINÁRIA TEM TRATAMENTO.

Tratamento:

A incontinência urinária é tratável e geralmente não requer cirurgia.

Hoje em dia, incontinência urinária é uma condição que pode ser curada, tratada ou conduzida de uma forma que os problemas de controle vesical não interfiram com um estilo de vida saudável, produtivo e ativo. Muitas vezes, pequenas mudanças comportamentais possibilitam um melhora significativa na qualidade de vida.

Causas:

Algumas causas possíveis de incontinência são:

· Infecção urinária ou vaginal
· Efeito colateral de medicamentos
· Constipação
· Fraqueza de certos músculos da região pélvica
· Obstrução da Uretra por aumento da próstata
· Doenças envolvendo nervos e/ou músculos
· Conseqüência de algumas cirurgias

Outras causas podem ser de duração mais prolongada, até mesmo permanente. Isso inclui situações como hiperatividade do músculo da bexiga, fraqueza dos músculos que seguram a bexiga no lugar, fraqueza no esfíncter uretral (músculo que circundam a uretra), problemas congênitos, aumento da próstata, lesões da coluna espinhal, cirurgias ou doenças envolvendo nervos e/ou músculos (esclerose múltipla, distrofia muscular, poliomielite e acidente vascular cerebral). Em muitos casos, vários fatores estão associados como causa da incontinência.

Entenda melhor:

Para bilhões de pessoas ao redor do mundo, incontinência urinária não é só um problema médico, ela também afeta o bem estar emocional, psicológico e social. Muitas pessoas têm medo de participar de atividades normais do cotidiano que os levem muito longe do toalete. Desta forma, é importante notar que a grande maioria das causas de incontinência podem ser tratadas com sucesso.

Para melhor entender a incontinência urinária, é importante saber como funciona o trato urinário e como nós controlamos a micção. A urina é formada por água e resíduos removidos do nosso corpo pelos rins. A urina excretada pelos rins desce por um par de tubos, chamados de ureter, até chegar na bexiga. A bexiga é um reservatório similar a um balão que armazena urina. Assim como um balão, a bexiga é elástica, podendo ser enchida e esvaziada. Na maioria das pessoas existe completo controle sobre esse armazenamento e esvaziamento, ou seja, a pessoa permite um enchimento de aproximadamente 400 ml e depois esvazia a bexiga em um local adequado, sem que ocorram perdas. A urina deixa a bexiga por um outro canal chamado de uretra.

Para esvaziar a bexiga é necessário uma coordenação entre o músculo da bexiga e os músculos que fecham a uretra (como se fossem um torneira). Estes músculos são chamados de esfíncteres e estão localizados na base da bexiga e na parede da uretra. Quando seu esfíncter relaxa, ele libera a passagem de urina. No mesmo momento o músculo da bexiga contrai, expulsando a urina para fora da bexiga. Quando você termina de urinar, os esfíncteres se fecham e a bexiga para de contrair.

O mecanismo parece simples, mas para que ele funcione adequadamente, é necessário que uma comlplexa rede de neurônios e músculos trabalhem em total sintonia, caso contrário a micção ou o armazenamento de urina se tornam comprometidos.

Subdivisões:

Uma vez entendido o funcionamento da bexiga e da uretra, fica mais fácil entender as causas de incontinência urinária:

1

Incontinência Urinária de Esforço

A Incontinência Urinária de Esforço ocorre devido a uma deficiência no suporte vesical e uretral que é feito pelos músculos do assoalho pélvico ou por uma fraqueza ou lesão do esfíncter uretral. Essa condição leva a perda de urina quando você faz esforços com o abdômen, tais como tossir, espirrar, correr, rir, pegar peso, levantar ou até mesmo andar.

2

Incontinência Urinária por Urgência

A Incontinência Urinária por Urgência acontece quando a bexiga está hiperativa, ou seja, contrai sem o seu comando ou desejo de que ela faça isso. Você pode sentir como se não conseguisse chegar ao toalete, um súbito desejo de urinar que pode ou não ser controlado. E algumas vezes, você pode perder urina sem nenhum aviso. Existem várias causas para essa condição.

A bexiga pode tornar-se hiperativa devido uma infecção urinária que irrita a mucosa da bexiga ou por alterações nos nervos que normalmente controlam a bexiga.

Em muitos casos, a causa pode não ser detectada.

3

Incontinência Urinária Mista

A Incontinência Urinária Mista é uma combinação das duas condições anteriores.

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Incontinência Urinária por Transbordamento -

A Incontinência Urinária por Transbordamento ocorre quando a bexiga não é esvaziada por longos períodos, tornando-se tão cheia, que a urina simplesmente transborda. Isso pode acontecer quando existe uma diminuição da sensibilidade da bexiga (você não percebe que a bexiga está cheia), quando existe uma fraqueza do músculo da bexiga ou obstrução na uretra que dificulta o esvaziamento normal. A principal causa de incontinência por transbordamento é um aumento da próstata com obstrução da uretra. Por essa razão, este tipo de incontinência é mais comum no homem. Fraqueza do músculo da bexiga e diminuição da sensibilidade pode ocorrer em ambos, homens e mulheres, mas isso é mais comum em pessoas com diabetes, uso crônico de álcool e outros problemas que levem à diminuição da função neuronal.

5

Enurese Noturna

Enurese Noturna é a perda de urina que ocorre durante o sono.

Obs: Quando um indivíduo apresenta duas ou mais causas de incontinência, cada causa deve ser encontrada e tratada apropriadamente.

Diagnosticando a incotinência:

Como vimos, a incontinência urinária pode ter várias causas, e cada causa necessita de um tratamento específico.

Desta forma, você necessita de um profissional experiente e bem informando sobre o assunto para que se faça o diagnóstico e tratamento corretos. Esse profissional necessitará de informações não só sobre a incontinência, mas também sobre todo seu passado médico e de como a incontinênica está afetando a sua vida.

Assim, quando for a um especialista leve:

1
uma lista com todas as medicações que você está tomando;

2
as datas e resultados de exames e cirurgias relacionados com a bexiga e um diário miccional.

Na avaliação inicial será realizado o exame físico pelo seu médico, e dependendo do tipo de incontinência, alguns exames serão solicitados para decidir qual o melhor tratamento para seu caso. Dentre esses exames estão: exames de urina, medida de resíduo pós miccional, ultrasonografia, cistoscopia, teste de esforço, Rx da bexiga e estudo urodinâmico.

Esclarecendo:

Existe tratamento para pessoas com perda de urina?

Sim. Muitos tipos de tratamento para a incontinência urinária estão disponíveis. Um especialista qualificado pode recomendar o tratamento adequado para cada tipo de incontinência urinária. As formas de tratamento podem variar no grau da invasividade, ou seja, podem variar desde uma simples mudança nos hábitos até cirurgias complexas. São eles:

1
Terapia comportamental e tratamentos conservadores:

Consistem em orientações sobre o funcionamento da bexiga e da musculatura pélvica, mudanças comportamentais no hábito urinário e exercícios passivos e/ou ativos para a musculatura do assoalho pélvico. Estes exercícios visam fortalecer o esfíncter uretral para diminuir as perdas. Alguns exercícios são realizados com auxílio de eletroestimulação, que também tem ação sobre os nervos do assoalho pélvico, podendo ajudar pacientes com bexiga hiperativa.

2

Existem medicamentos para relaxar a musculature da bexiga (diminuir a hiperatividade) ou para aumentar o tonus dos esfíncteres.

3
Cirurgias:

Existem várias cirurgias para o tratemento da incontinência urinária. No entanto, esta cirurgia deve ser individualizada e realizada para cada caso específico. A realização de uma cirurgia não adequada pode piorar o problema. Por isso, você deve sempre procurar um especialista ou uma segunda opinião e informar-se sobre todos os riscos e benefícios que o tratamento cirúrgico pode lhe oferecer.

4
Outras opções:

Alguns materiais podem ser injetados na uretra aumentando a resistência uretral à urina. Apesar de ser um procedimento relativamente simples, não deixa de ser um procedimento cirúrgico, necessitando de todos os cuidados do mesmo.

5
Marca passo da bexiga:

Essa nova terapia é chamada de Interstim e consiste no implante de um marca passo próximo aos nervos que vão para a bexiga. Esta tecnologia estará desponível em breve no Brasil.

Bexiga Hiperativa

Pessoas que apresentam Bexiga Hiperativa ou incontinência urinária não conseguem controlar a urina- molhando-se ocasionalmente. Perder urina é normal somente em crianças; isto não é uma conseqüência normal do envelhecimento.

Se você tem esse problema, você pode estar muito constrangido ou chateado para pedir ajuda, mas não deveria.

Bexiga hiperativa é um termo relativamente novo que é usado para descrever sintomas de:

1
urgência miccional - repentina necessidade de urinar;

2
incontinência urinária por urgência - repentina e involuntária perda do controle vesical levando a perda de urina e;

3
aumento da freqüência urinária – mais do que 8 micções num período de 24 horas.

Se você apresenta um ou mais desses sintomas você pode ser portador(a) de Bexiga Hiperativa. Existe um grande número de pessoas com essa condição ao redor do mundo. No Brasil, não existem estimativas precisas, mas dentro dos EUA, estima-se que 17 milhões de pessoas sofrem com Bexiga Hiperativa. Esse problema afeta também o bem estar emocional, psicológico e social de homens e mulheres, prejudicando consideravelmente a qualidade de vida.

Muitas pessoas têm medo de participar de atividades normais do dia-a-dia por medo de perder urina em locais públicos. Como a incidência dos sintomas aumenta com a idade, apenas 10% das pessoas que sofrem com essa condição procuram um médico. Uns por pensarem que esta é uma conseqüência natural da idade; outros, por vergonha. Mas isso é um grande engano, pois a Bexiga Hiperativa tem tratamento!

Causas e Sintomas:

A causa da Bexiga Hiperativa ainda necessita de maiores investigações, pois em muitos pacientes não é possível identificar o fator desencadeante. Resumidamente, o que ocorre é uma perda do controle sobre a bexiga pelo córtex cerebral. Isso ocorre devido a alterações macro ou micro estruturais na inervação da bexiga.

Na prática, o indivíduo com Bexiga Hiperativa não consegue comandar a bexiga para que ela permaneça em estado de repouso. Com isso, o músculo da bexiga contrai, independentemente, gerando um grande desconforto e desejo eminente de urinar (urgência), algumas vezes com perda de urina (incontinência por urgência).

Essas contrações fazem com que a pessoa vá várias vezes ao banheiro para esvaziar a bexiga com objetivo de evitar acidentes em momentos inadequados. Algumas situações, tais como infecção urinária, constipação intestinal e efeito colateral de medicamentos, podem gerar sintomas de bexiga hiperativa, porém, são temporários e melhoram com o tratamento do problema de base.

O urologista é o medico mais indicado para avaliar essa condição. Os sintomas são avaliados juntamente com uma revisão da história médica, exame físico e diário miccional. Muitas vezes, um estudo urodinâmico é necessário para auxiliar no diagnóstico e no tratamento.


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