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14/abr/2014

Urologistas também tratam mulheres

Há um tempo, atendi uma paciente que veio encaminhada de um ginecologista do interior de São Paulo. Ela me perguntou: “Dr, eu não sabia que urologista atendia mulheres. Urologista trata prolapsos?”

Essa pergunta é bastante interessante e deve ser destacada em nosso blog.

Os prolapsos vaginais, assim como, a incontinência urinária, estão associados com mau funcionamento do assoalho pélvico e órgãos pélvicos. Desta forma, esses problemas estão relacionados com bexiga, intestino e sistema reprodutivo e genital feminino. Durante os dois anos que fiquei nos Estados Unidos, trabalhei com um dos maiores especialistas na correção de prolapsos e incontinência urinaria, que era um urologista. A seguir estão algumas informações sobre prolapsos:

Prolapsos vaginais são bastante comuns na população, principalmente em mulheres acima dos 50 anos de idade e são decorrentes de alterações na estrutura de sustentação dos órgãos da cavidade pélvica, incluindo uretra, bexiga, útero, intestinos, sigmoide e reto. O principal responsável por manter os órgãos na posição adequada é um conjunto de músculos chamado de levantador do ânus. Além desses os músculos, existe uma série de ligamentos que também ajuda na sustentação dos órgãos. Quando ocorre uma fraqueza no levantador do ânus e nos ligamentos, os órgãos da cavidade pélvica tendem a sair pela vagina devido a constante pressão exercida pelo abdômen sobre eles.

Quando a BEXIGA está prolapsada chamamos de CISTOCELE
Quando o ÚTERO está prolapsado chamamos de PROLASO UTERINO
Quando o INTESTINO está prolapsado chamamos de ENTEROCELE
Quando o RETO está prolapsado chamamos de RETOCELE

Alguns fatores que levam ao enfraquecimento ou relaxamento desses músculos e ligamentos são: histerectomia (retirada do útero), cirurgias vaginais ou abdominais prévias, múltiplos partos vaginais, parto prolongado, obesidade e menopausa e idade acima dos 50 anos. Essa fraqueza muscular é algo que não pode ser corrigido com exercícios, sendo necessário tratamento cirúrgico para reforçar as estruturas e o suporte da parede vaginal e ligamentos de sustentação. Como o problema é generalizado em todo o assoalho pélvico, geralmente os prolapsos aparecem associados, ou seja, vários órgãos prolapsados ao mesmo tempo, podendo cada um apresentar um grau diferente de protrusão pela vagina. Desta forma o tratamento de prolapsos deve ser feito em conjunto, visando restaurar a anatomia de todo o assoalho pélvico.

Mulheres com prolapso vaginal geralmente não percebem o problema até o prolapso se tornar acentuado. Nessa ocasião a mulher percebe uma protuberância (como uma bola) saindo pela vagina, sensação de peso na vagina, desconforto vaginal, dor durante a relação sexual e constipação intestinal. A incontinência urinária pode ser o primeiro sintoma de que o suporte do assoalho pélvico não está adequado. Em torno de 40% das pacientes com incontinência urinária apresentam algum tipo de prolapso vaginal. A incontinência urinária de esforço e menos frequentemente incontinência fecal devem ser corrigidas juntamente com o prolapso, tendo em vista que são decorrentes do mesmo problema de suporte.

Se você notou a presença de alguma alteração como as referidas acima, procure um médico especialista para realizar uma avaliação. O exame físico é uma das principais formas de diagnóstico, podendo ser auxiliado por alguns exames com por exemplo a Ressonância nuclear magnética com e sem esforço.

A correção dos prolapsos pode ser feita totalmente pela vagina, totalmente pelo abdômen ou utilizando as duas abordagens combinadas. A cirurgia totalmente por via vaginal permite menor desconforto e menor período de recuperação, quando comparada com cirurgia abdominal. Mulheres com prolapso de útero acentuado geralmente necessitam realizar histerectomia para ajudar na correção. Esse procedimento também pode ser feito pela vagina na maioria dos casos.

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